terça-feira, 7 de março de 2017

Dos caminhos que a vida faz.

 Oi pessoal, como vão?

 Faz um tempinho que não apareço por aqui. Tantas coisas acontecendo, por alguns momentos senti saudades de escrever. Hoje quero falar sobre caminhos.

Foto: Laís Nascimento.
Quem nunca se pegou traçando seu caminho milimetricamente? "Vou terminar o colégio, passar em uma faculdade aos 18, aos 23 me formo e já inicio o mestrado/pós, até aí já conheci o amor da minha vida, namoro 2 anos, caso com 25, tenho filho com 27 e vivo, feliz..."  Quanta ingenuidade nesse tipo de pensamento.

Não há mal algum em planejar o futuro, é até bom para nos dar um norte, mas o planejamento não pode ser uma obrigação. Com o tempo a gente aprende que as coisas boas da vida não são muito bem planejadas. Que criar expectativas demais sobre algo pode nos frustar. A maior dádiva da vida é não conhecer milimetricamente o amanhã. Sem saber do amanhã podemos sonhar, podemos viver o presente, podemos valorizar mais os abraços e nos surpreender com coisas que talvez nunca imaginaríamos que poderiam acontecer conosco.

A graça do futuro é somente deixá-lo vir.   
Vir com suas alegrias e tristezas, medos e coragens, amores e desamores, perdas e conquistas. É a partir disso que experimentamos uma das coisas mais fantásticas da vida: a renovação. Renovação de si mesmo, do seu eu, suas expectativas, seus sonhos, seus desejos. Afinal de contas, ninguém é estático a vida toda, estamos sempre passando por mudanças.

Não torne-se escravo de seus caminhos, aprenda a ser feliz nas rotas inesperadas que a vida faz. Permita-se abrir a janela da vida e admirar as coisas inesperadas que acontecem conosco. Não se cobre tanto se as coisas não estão saindo do jeito que você sempre quis, foque no que está vivendo agora e tenho certeza que saberá observar algo de bom brotando daí. E por fim, siga sempre. Prossiga sempre. E sempre feliz!

Beijo no coração.

Nos encontramos por um desses caminhos que a vida tem.

Laís Nascimento.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Para Letícia Romão.

Conheci a Letícia no ano de 1995, o ano em que ela nasceu. Fomos apresentadas ainda em berço. Nossos pais, amigos de algum tempo, devem ter sentido de Deus que uma grande amizade começaria a partir daquele momento. Ainda sem muita idade para estarmos na casa uma da outra os nossos encontros se davam em festinhas, cultos, aniversários e em outros lugares onde nossos pais se reuniam. Há pouco tempo recebi uma mensagem via whatsapp da tia Solange (mãe da Lelê) com um vídeo de uma dessas festinhas no qual estávamos eu e a Letícia, ainda bem pequenas, brincando com outros coleguinhas de ciranda. Nesse vídeo eu fazia uma birra gigante porque me jogavam dentro da roda e a Letícia só me olhava fazendo os dramas da vida que faço até hoje (risos).


            Minhas memórias com ela começam ainda criança. Recordo-me das inúmeras vezes em que fomos até a casa uma da outra para brincarmos. Eu tinha dois batons de brinquedo, um na cor vermelha e o outro verde, e eu e a Letícia sempre queríamos o mesmo (confesso que sempre brigávamos por isso). Recordo-me dos dias em que minha mãe fazia um bolo que passamos a chamar de “bolo de açuquinha” por conta da cobertura de água com açúcar que ela colocava em cima do bolo (nós amávamos tanto). Recordo-me do teatrinho que assistimos uma vez e que rendeu tanto por causa de uma foto, eu saí ao lado da bruxa e a Letícia da princesa (eu chorei, como sempre, porque não queria ter saído ao lado da bruxa. Enquanto isso a Letícia ria muito fazendo questão de me mostrar que a mão da bruxa estava encostada em mim, e então eu chorava ainda mais). Lembro-me dos picolés da 4 de maio que a tia Solange comprava no verão. Lembro-me de ter contado aos pais dela em um dia à noite, enquanto estávamos juntos após o lanche, sobre a sua primeira paixão do colégio. Lembro-me dos banhos de piscina, das noites dormindo juntas, dos olhos grudados pela manhã (risos eterno) do álbum de figurinha, das revistas (Smack, Capricho, Toda teen, Atrevida) da bolsinha de crochê rosa com florzinha, da bíblia e do cordão de amigas da Barbie que tivemos iguais. São tantas as recordações que se eu contasse todas o parágrafo não teria fim.

O dia do teatrinho. Reparem na mão da bruxa (chorei muito, risos)


            Houve em nossas vidas um dia que ficou marcado em minha memória. Em uma sexta-feira durante a noite o meu cachorrinho fugiu. Fomos eu, minha mãe e a Letícia procurá-lo pelas ruas do nosso bairro. Eu e a Letícia seguimos por uma rua escura e naquele momento passou uma moto (sabemos que há 10 anos a violência não era como hoje, mas ainda sim tínhamos medo). Nós duas corremos muito, porém, eu corri mais. De repente, a ouço gritar: “Amiga, por favor, me ajuda!” Na mesma hora ela estendeu a mão em minha direção. Eu parei e olhei para trás pensando “Seguro ou não seguro? Corro ou a carrego comigo?” tudo isso em fração de segundos enquanto o medo tomava conta de mim. Após segundos de pensamentos parei de correr, estendi a minha mão e segurei a dela. A partir deste momento começamos a correr juntas.

            Considero que não somente neste dia, mas em toda nossa amizade, sempre foi assim. Que sorte a minha correr a vida ao lado dela e ter a certeza de que nossas mãos nunca se soltarão. A Letícia é uma das amigas mais incríveis que alguém poderia ter. Você já a conhece? Não? Gostaria de apresentá-la. Ela é carinhosa e doce, mas não daquelas que se omitem para agradar, ela sabe a hora e o jeito certo de se impor. Ela é independente e sabe o valor que tem. Quando não gosta, não gosta mesmo, e raramente ela muda de opinião sobre isso (principalmente se for sobre pessoas). Ama os animais, especialmente os gatos (tem 3 filhos: Melissa, Serena e Thomas). Gosta da comida toda separada (se um dia for almoçar com ela, não ache estranho se ela separar, por exemplo, todos os grãos de arroz da carne a fim de não se tocarem). Ama filmes de comédia romântica e romance, livros também. A família é o seu bem mais preciso (depois de Deus, é claro). É um pouco introspectiva, preferindo ficar calada na maior parte do tempo mas, se ela te deu oportunidade de conversar, aproveite. Gosta de perfumes doces e de chocolate com biscoito oreo. É sensível e sente as coisas com muita intensidade, portanto, cuidado ao prometer ou dizer algo a ela. É um pouco sedentária e tem certa dificuldade com esportes e assuntos relacionados, tenha paciência se ela não conseguir pedalar uma bicicleta ou ser a melhor do seu time de bandeirinha (ela pode ser a primeira a ser queimada). Não consegue lidar bem com coisas pela metade, assuntos mal resolvidos e pessoas que não se dão por completo ao que decidiram fazer. Ao lado dela você terá que ser intenso. A Letícia é uma mistura de sentimentos que são infinitos e jamais caberiam em todas as páginas que existem. Mas espero que com esse breve resumo você saiba um pouco como lidar com ela (afinal, são 21 anos de convivência e amizade).



Hoje é um dia especial na vida dela, o dia em que tudo será considerado para ela “de aniversário”. Dia de aniversário, céu de aniversário, pipoca de aniversário, aula de aniversário, roupa de aniversário, comida de aniversário... Eu falei que ela é intensa, o dia é comemorado com muita intensidade e será contado por ela mesma com alegria cada segundo e com tristeza nos minutos finais. Hoje gostaria de homenageá-la com esse texto (que poderia ter sido muito maior dado a quantidade de histórias e sentimentos que construímos juntas, mas que preferi que ficasse um pouco resumido). Queria só que ela, e todos vocês, soubessem o porquê a considero minha melhor amiga e como a amo.
            Letícia, que esse novo ano de vida que se inicia seja infinitamente mais maravilhoso do que todos os que você já viveu. Que todas as bênçãos, felicidades, realizações e conquistas possam andar junto de ti. Que todos tenham o privilégio e a sorte que um dia eu tive em tê-la como minha amiga. Não preciso mais dizer o quanto amo você e o quanto te quero bem. Esta é uma forma de deixar registrado para sempre minha admiração, carinho e afeto por você. Seja feliz, ao meu lado, é claro (risos). Vá viver este dia com a mesma intensidade que você é.



Com amor,

                    Laís.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

A paisagem pelo caminho.



Quantas coisas boas e belas existem por aí, mundo a fora. Vivemos com tanta pressa em chegar ao destino que idealizamos ser o perfeito para nós, que acabamos por esquecer do que quase todos também esquecem: que o caminho até lá pode ser mais belo do que a própria chegada em si. Enquanto percorre a trilha que o levará até o seu tão sonhado destino, permita-se tomar um tempo e admirar as flores que estão pelo caminho. Permita-se respirar fundo e sentir o aroma que elas exalam. Permita-se fechar os olhos e ouvir os sons que despertam tantas coisas tão maravilhosas em nós. Permita-se olhar ao redor e segurar um pouco mais forte a mão de quem escolheu trilhar com você. Não é em vão os que passam por nós e os que percorrem junto a nós.

Somos seres ligados uns aos outros e essa ligação é que nos mantém assim, de pé. Ao contrário do que muitos podem falar, precisamos sim um do outro se quisermos viver de forma plena e saudável. Não existe no mundo alguém que consiga estar completamente isolado e plenamente feliz. Precisamos estar próximos e compartilhar uma boa gargalhada, uma colherinha da sobremesa, um gole do suco, rachar o cinema - eu compro a pipoca e você paga o ingresso, quem nunca fez isso? - sentar juntos na hora do almoço na cantina da faculdade e discutir sobre aquela matéria tão difícil, ou então ter alguém para olhar quando o professor fala: "será em dupla" e receber aquela piscadinha de volta como que confirmando "vamos fazer juntos sim!". Precisamos de alguém para apoiar a cabeça no ombro quando o sono bater no meio do filme, alguém para fazer um cafuné quando as lágrimas estiverem rolando ou simplesmente alguém que diga "Calma, vai ficar tudo bem. Estou aqui."

Como disse, o lugar ao qual queremos chegar é tão idealizado que deixamos passar coisas, e pessoas, durante o caminho. Este texto é para que eu e você possamos despertar, enquanto ainda há tempo, e apertarmos mais os dedos entrelaçados e abrirmos mais sorrisos para quem escolheu prosseguir conosco. Para que possamos ainda nos inspirar com tanta vida que existe aqui. Para que possamos aprender a desfocar em alguns momentos e usar lentes mais amplas, fazendo a fotografia da vida ficar ainda mais bonita, pegando o todo, afinal, somos parte de um todo e é este todo que nos completa. Que nosso destino final continue sendo o nosso destino final, mas que a paisagem pelo caminho o faça ficar ainda mais especial.

Com amor.

Laís Nascimento.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Somos uma mistura daqueles que passam por nós.

(fotografia: pinterest)

Já parou para pensar em como somos rodeados a todos os instantes por tantas pessoas? Algumas delas nós nem mesmo imaginaríamos conhecer, outras, devido aos nossos pré-julgamentos, perdemos a oportunidade de descobrir quem são. Apesar disso, sou fã da vida que nos prega peças e nos leva por caminhos que não imaginaríamos percorrer. Creio muito que Deus faz nossas rotas, mesmo parecendo, por vezes, destoantes, da forma mais perfeita possível. Somos levados como folhas do outono pelo vento. Por hora estamos em um lugar, por outra, em outros.

Sou grata pelas pessoas que passaram em minha vida, independente da impressão que deixaram nos meus dias. Sendo boas ou ruins, me ensinaram algo. Muitas me ensinaram a ser mais paciente, outras a ser mais amiga. Algumas a ser mais firme, outras mais maleável. Umas me ensinaram a ser mais dura, enquanto outras, doce. Aprendi com elas a ser falante e ao mesmo tempo saber silenciar. Aprendi a ser mais empática. Aos poucos, elas ajudaram a moldar quem sou. Mesmo aquelas que me deixaram dor, agradeço-as, pois aprendi a me reconstruir. Acredito que não há um resultado final do que somos, mas enquanto vivos aqui, e agora, somos um complexo de todos os que passaram e passam por nós.

Portanto, perceba as pessoas que estão por perto. O que possuem de bom? O que possuem de ruim? Aprenda com elas. Por algum propósito (que as vezes só saberemos depois) elas estão aí, bem ao seu lado, convivendo com você em alguma parte do seu dia. Há propósito nas vidas que se cruzam, nos caminhos que se entrelaçam, nos apertos de mãos, nos abraços trocados, nas conversas corriqueiras e no café ao cair da tarde. Nos resta permitir apenas descobrir. Não esqueça de deixar um pouquinho de você mesmo em quem está ao seu redor. Afinal, que privilégio saber que alguém carregará uma lembrança sua pelo mundo.

Espero que com os meus textos eu sempre deixe um pouquinho de mim em vocês.

Laís Nascimento.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Voe...

Voe, bate essas asas que existem por uma função, não apenas para enfeitar a sua alma, mas para te tornar livre. Por que prender-se? Por que escolher aprisionar-se se podes ser livre? Tantas coisas belas te esperam quando decidir abrir esta porta que te prende. Tantos horizontes novos, sorrisos contagiantes, abraços doces e amizades ternas.

Voe! Vai! Movimente as "asas" da alma. Enxergue além do preto e do branco, existem uma infinidade de cores te esperando. A vida é a arte das possibilidades, entre o oito e o oitenta existem muitos números para escolher.
Voe. Vai experimentar do aroma das flores que ainda não sentiu, ouvir novos cantos, contemplar novos rumos, fronteiras, paisagens.

Vá mais longe, há sempre uma estrada nova a percorrer. Nunca permita a si mesmo se contentar com o que não te deixa leve, feliz, com o que te prende e te sufoca. Dizem que até mesmo um par de asas se torna um fardo quando não usado. O que está esperando para alçar mais um voo ou, quem sabe, o seu primeiro?

Desejo que os seus horizontes se renovem, que as paisagens da sua vida sejam repletas de cores. Mas, se por acaso estiver chovendo por aí, lembre-se: VOCÊ PODE VOAR e se abrigar um pouco. O lado bom dos dias chuvosos é que no dia seguinte podemos ser surpreendidos com o sol. Quando ele chegar, e uma hora vai chegar, basta apenas: VOAR.

Laís Nascimento.


terça-feira, 5 de julho de 2016

A simplicidade de um sofá.

Semana passada estava no trabalho envolta em meus pensamentos, aqueles que os adultos tem para dar e vender. A grande maioria são coisas que ainda nem aconteceram e, muito provavelmente, nem acontecerão. Mas, adulto é mesmo assim, sofre por antecedência e, se não tem nenhum problema, inventa algum. O sonho de toda criança é se tornar "gente grande", se elas soubessem como os adultos desejam voltar a ser como elas.

Enquanto estava perdida nos meus pensamentos, avistei uma criança entrar com a mãe e uma menina que possivelmente era a sua irmã. A mãe e a irmã estavam bem ocupadas, subiram as escadas do local onde trabalho procurando logo achar o que queriam encontrar ali, algo para alguma ocasião especial - acredito eu -. A criança não, como num passe de mágica ela terminou de subir as escadas e saiu correndo em direção ao sofá que havia por perto e, sem nenhuma preocupação ou pudor do que poderiam pensar, se esparramou por ali mesmo com uma carinha de felicidade como de alguém que encontrou um tesouro. Nessa hora ela sorriu sozinha e me olhou. Um olhar de tranquilidade, serenidade, como se dissesse: "Nossa, esse lugar era tudo o que eu queria". 

Naquela hora eu captei a mensagem nas entrelinhas daquele acontecimento que, de tão simples, poderia nem ser notado. Como é mais fácil ser mais feliz quando se vive realmente o presente, quando não se cria expectativas sobre a vida e apenas se permite surpreender com o que virá adiante. A menininha não esperava por um sofá ao qual ela poderia se jogar enquanto aguardava a mãe e a irmã, mas ele estava lá. Crianças costumam viver sem muitas preocupações porque não pensam tanto no futuro para criar exageradas expectativas, isso permite com que elas sejam e estejam mais facilmente felizes; elas até sonham com o futuro - como todos nós - mas, de uma forma geral, estão mais presentes no presente. Quando se espera demais de algo, ou se vive demais com a cabeça no futuro, esquecemos de viver o que está acontecendo no agora. Acabamos não nos dando conta de que talvez o que estamos recebendo seja melhor do que aquilo que esperávamos - ainda que não seja muito bem o que planejávamos -.

Muitas das inquietudes da vida adulta são provenientes de uma vida pautada no amanhã e esquecida no hoje. Esperamos demais e isso não nos permite desfrutar de coisas mais simples. Tomara que um dia a gente entenda que só temos o segundo que se passa agora e paremos de projetar nossa vida toda em coisas que ainda nem aconteceram. A serenidade e tranquilidade que pairava no olhar daquela criança só vem até nós ao descansarmos no presente e o vivermos da forma mais real possível. Portanto, eu desejo que sejamos sempre como crianças, transbordando simplicidade, paz, alegria... Encontrando felicidade nas coisas inesperadas da nossa existência, encontrando alegria em coisas como um simples, velho e confortável sofá.

Grande Beijo.

Laís Nascimento.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Faça da saudade um lugar para sonhar.

Um dia da semana comum, o relógio marca 11:30 da manhã. O dia segue tranquilo, calmo, em uma trajetória que se repete diariamente, sem nenhuma grande alteração. De repente, o coração dela dispara como o bater das asas de um beija-flor que procura por água em um daqueles recipientes que ainda existem em casas mais antigas. Por um momento ela experimenta mais uma onda de saudade percorrer por todo o seu corpo. As mãos suam, o coração acelera, a sensação de um nó no estômago é imediata; o sorriso surge leve no rosto e o pensamento corre para lugares distantes dali. Parada, naquele lugar, ela lembra do que a faz feliz. Naquele momento ela percebe que a vida é feita dos breves momentos que correm em um espaço de poucos segundos, percebe que deve valorizar o necessário e tudo aquilo que, podendo partir, escolhe ficar.


E você, já experimentou sentir saudade de algo ou alguém? Dizem que os momentos mais felizes passam muito rápido e depois só resta em nós as lembranças e a saudade. Concordo. A saudade é ingrata com o coração, pois nem sempre podemos estar perto de quem desejamos estar. É ingrata com os nossos dias, pois não podemos voltar em momentos bons que vivenciamos. É por isso que devemos aproveitar cada milésimo de segundo, fazer de forma mais intensa tudo, eu disse tudo, o que fizermos. Só gosto da saudade quando posso matá-la, mesmo que após um longo tempo. Quando posso correr para os braços e sentir um abraço caloroso, fechar os olhos e apenas viver o momento sem muitas preocupações (a vida tinha que ser levada mais assim, de um jeito leve, sereno, sútil). 

Falando da forma de viver a vida, que não deixemos que a saudade interrompa nossos dias e os paralise. Que façamos da saudade um combustível para prosseguirmos. Que ela seja um motivo a mais para que nós estejamos, de fato, presentes em cada lugar em que estivermos. Que ela seja um impulso para que nós nos preocupemos mais com quem amamos e preocupemo-nos mais em demonstrar o quão importantes são para nós, afinal, ninguém gosta de sentir saudades.

Mas, voltando a história da menina... Ela seguiu o dia, contando cada precioso minuto que parecia se arrastar como um dia frio de inverno (eis aí mais uma característica da saudade: ela faz o tempo parecer uma eternidade). Mas, o mais importante, ela seguiu com um sorriso no rosto e enchendo de cor aquele dia tão comum. Ela conseguiu, enfim, fazer da saudade um lugar para sonhar. Espero que, assim como ela, você consiga transformar, os seus dias saudosos, em dias de cor.

Laís Nascimento.